DOMINGO DE RAMOS

Evangelio: Marcos 14, 1-15, 47

Há muito tempo na história da Igreja todo cristão é convidado a meditar e a viver com profunda espiritualidade e devoção o ‘Domingo de Ramos’. Todo ano o convite litúrgico se repete nas duas narrações: a primeira, a entrada festiva de Jesus em Jerusalém fortemente aclamado pelo povo; a segunda, a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, onde são relatados os acontecimentos em torno do seu julgamento. Para aqueles que trazem o Evangelho para a vida, a repetição dessas duas passagens anualmente, torna-se uma renovação na fé e nas relações fraternas. A mistura dos gritos de hosana com os clamores da Paixão de Cristo é, na verdade, o espelho dos desafios e contradições que cercam o cristão de todos os tempos e o questionam sobre o que deve, de fato, conduzir sua vida. O referencial é Jesus. A tentação da vaidade de ser, momentaneamente, aclamado Rei dos Judeus não fez Cristo considerar-se o soberano, mas contrário às honras, Ele escolheu entrar gloriosamente montado num jumento, o símbolo da humildade.

Para as Missionárias do Santíssimo Sacramento e Maria Imaculada esse gesto de Cristo ressoa na mística da fundadora Maria Emília Riquelme, a qual insistia em seus escritos, que a primeira porta pela qual cada missionária deve entrar é a porta da humildade: “sede todas humildes, filhas, este é o único caminho do céu e da paz…”. Aquela que é chamada a ser alimento, força e pão partido na vida de outrem precisa entender e assimilar, diariamente, que os clamores da paixão introduzem a entrada triunfante nas graças de Deus por meio do Sacramento da Eucaristia; e aí sim, imbuir-se de ânimo no Espírito para montar, com consciência, o burrinho da humildade em meio aos hosanas que a vida vai apresentando por meio da cultura hedonista e da autoglorificação. No entanto, alimentada pelo Pão da humildade, a missionária pode escolher andar na contramão, assumindo com liberdade e fé a cruz do cotidiano, agindo eucaristicamente.

A introdução à Semana Santa, com essa forte consigna da humildade e da entrega da própria vida contemplada na paixão de Cristo, prepara o homem e a mulher de fé para viver os dias santos seguindo os passos de Jesus e meditando-os em sua trajetória, buscando a conversão pessoal e a convicção de que a verdadeira glória/sucesso vem acompanhada com o burrinho/porta da humildade; e que a ressurreição é alcançada após a experiência da cruz.

Uma abençoada Semana Santa com profundas meditações!
Ir. Jociana Silva, mss