O evangelho nesse Domingo de Ramos nos envolve em um momento de peculiar intimidade e com particularidades muito especiais: Jesus desejava ardentemente celebrar a Páscoa com os seus, e o fez com seu sangue e sua carne.

É como se não bastassem todas as outras evidências de amor e de misericórdia de uma vida inteira de dom e serviço. Tanto quanto nos é possível entender, dada a nossa humanidade, o Senhor é incansavelmente superabundante com seus filhos.

Quantas coisas singulares se sucedem ali: rivalidade (quem seria o maior), serviço (“estou no meio de vós como aquele que serve”), traição (“quem me vai entregar está comigo”), promessas (“até que ela se realize no Reino de Deus” )… é um acontecimento pleno de significados, sentimentos e perspectivas.

Sobretudo, todos são agraciados com uma herança à qual também nós somos afortunados: Jesus deseja vivamente morar em nossa alma, e personifica isso através do que se poderia chamar de “loucura de amor”, que é a Instituição da Eucaristia.

Não é possível deixarmos de nos surpreender diante deste mistério de Amor. Uma realidade inefável: Deus conosco, e podemos recebê-Lo diariamente!
Não há como deixar, quando estendemos as mãos para recebermos tamanha riqueza, de não nos questionarmos como estamos correspondendo a tão genuíno amor. Diante da presença real do Senhor na Eucaristia, o convite é para que com reverência e devoção, atualizemos o oferecimento sincero do nosso amor e fomentemos o desejo de vivermos a Comunhão com confiança e compromisso.

Jesus pede que se repita o gesto com que instituiu o memorial da sua Páscoa, pelo qual deu o seu Corpo e o seu Sangue. Este ato chegou até nós, e alcançará tantos outros através da nossa correspondência como missionários ao nosso Carisma. Além de toda celebração eucarística, possa ser uma resposta a essa ordem de Jesus, partilhar nossa fé e a nossa vida como sinal de amor a Cristo e ao mundo inteiro.

Nosso Deus permanece no Sacrário para nos alimentar, para nos fortalecer, para dar eficácia ao nosso trabalho e ao nosso esforço. Peçamos, pois, ao Senhor que nos conceda a graça de sermos almas Eucarísticas. Que a nossa relação pessoal com Ele se traduza em alegria, em serenidade, em propósitos de justiça, num impulso de gastarmos generosamente nossa existência a serviço de Deus, e das almas para que muitas outras também o desejem e o busquem.

Agigantemos a fé na Eucaristia. Assim nos espera o nosso amor. Se depositarmos nossos pensamentos e esperanças “aos pés do Sacrário”, como serão abundantes os frutos de santidade e de missão.
Que assim seja nossa resposta ao Amor!

Ivana Virgínia (MEL – Brasil)